Tintos e brancos da África do Sul são ilustres desconhecidos dos apreciadores brasileiros, o que é um contrassenso, pois o país está entre os dez maiores produtores de vinhos do mundo!
A razão é que poucos rótulos sul-africanos chegam às nossas prateleiras.
Mas quer um conselho? Preste atenção neles, pois há ótimos achados e muitos tintos e brancos que surpreendem pela qualidade.
A tradição vitivinícola da África do Sul é antiga, remonta ao século 17.
Conta-se que foi Jan van Riebeeck, fundador da Cidade do Cabo, quem produziu os primeiros vinhos no país, em 1659.
Também ficaram para a história os vinhos doces de Constantia, muito cobiçados no século XVIII.
Mas a nova identidade dos vinhos sul-africanos despontou mesmo no final do século XX, graças ao fim do apartheid em 1994, o que possibilitou a modernização de vinhedos e vinícolas.
Vale ressaltar o surgimento de uma nova geração de enólogos bem preparada, viajada e com a ambição de colocar os rótulos sul-africanos no mapa múndi do vinho.
É fato que, quando se fala em vinhos sul-africanos, logo vem à cabeça a variedade Pinotage, que surgiu em 1925 graças ao cruzamento das uvas Cinsault e Pinot Noir realizado por Abraham Perold, que era professor de viticultura da Universidade de Stellenbosch.
Distintos e cheios de caráter, os tintos de Pinotage se tornaram um emblema da África do Sul, mas se restringir a eles seria um desperdício, pois o país oferece outros maravilhosos tintos, elaborados a partir das uvas Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir.
Os brancos também são imperdíveis, especialmente os produzidos a partir das cepas Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Chardonnay.