O Amarone della Valpolicella é o mais expressivo vinho da região de Valpolicella, em Vêneto.
Figurando, também na lista dos melhores vinhos da Itália, ao lado do Barolo e do Barbaresco, do Piemonte, e do Chianti e do Brunello di Montalcino, da Toscana.
Descubra, nesse artigo da DiVinho, quais são características do vinho Amarone, como ele é produzido, sua história e muito mais!
Vinho Amarone – O Que é?
O Amarone della Valpolicella, também conhecido apenas como Amarone, é um vinho tinto seco, produzido dentro da D.O.C.G. (Denominação de Origem Controlada e Garantida) de Amarone della Valpolicella, dentro da região vitivinícola de Vêneto, na Itália.
As uvas autóctones italianas Corvina, Corvinone, Rondinella e Molinara são as principais variedades que compõem o Amarone, mas os produtores podem optar por adicionar até 25% de outras castas, como Sangiovese e Barbera.
Além do Amarone della Valpolicella tradicional, também existem mais duas variações, o Amarone della Valpolicella Valpantena e o Amarone della Valpolicella Classico.
O Amarone della Valpolicella Valpantena é elaborado exclusivamente dentro da sub-região de Valpantena, em Valpolicella.
Já o Amarone della Valpolicella Classico é elaborado com uvas provenientes das comunas de Fumane, Marano, Negrar, San Pietro in Cariano e Sant’Ambrogio, dentro da região de Valpolicella.
Quais são as características do Amarone?
Uma das principais características do Amarone é seu alto teor alcoólico, sendo no mínimo de 14%. Em contrapartida, o nível de açúcar residual é baixo, máximo de 9 gramas por litro, conferindo à bebida seu tradicional amargor.
O Amarone apresenta coloração rubi profunda e intensa, surgindo nuances alaranjadas com o envelhecimento. No nariz, revela aromas de frutas negras maduras e marcadas notas de especiarias, podendo apresentar toques de tabaco, couro e chocolate.
Em boca, o Amarone é um vinho de grande estrutura, com bom volume de boca, taninos aveludados e um final longo e persistente.
O Amarone é um vinho de guarda por excelência, aumentando em complexidade com o passar dos anos da garrafa. Alguns rótulos contam com um potencial de guarda de até duas décadas!
Qual é a História do Amarone?
Registros demonstram que a região de Valpolicella, em Vêneto, produzia vinhos desde a época do Império Romano, tendo o vinho de sobremesa Recioto della Valpolicella como estrela.
Reza a lenda que, no início do século XX, um barril de Recioto foi esquecido, fermentando por mais tempo do que devia.
O resultado foi um vinho seco, perdendo a doçura do Recioto. Ao experimentar esse vinho, o enólogo o teria batizado como Amarone, fazendo referência ao leve amargor da bebida.
A teoria mais aceita é que Adelino Lucchese, enólogo da Villa Novare, atual Villa Mosconi Bertani, tenha cunhado o termo Amarone em 1936.
Gaetano Dall’Ora, um dos fundadores da Cantina Valpolicella Negrar, também teria participado do batismo do Amarone.
Gaetano, teria declarado, ao provar o vinho que “Este não é Amaro (amargo), é um Amarone”.
Apesar da criação do termo em 1936, o Amarone só começou a ser comercializado sob esse nome a partir da metade do século XX.
Em 1990, foi criada a Denominação de Origem Controlada (D.O.C.) de Amarone della Valpolicella, sendo elevada a uma Denominação de Origem Controlada e Garantida (D.O.C.G.) em 2009.
Como é Produzido o Amarone?
O Amarone, assim como o Recioto, é produzido através de um processo conhecido como apassimento ou passificação.
No apassimento, após a colheita, as uvas são deixadas para secar, em caixas ou esteiras de palha, durante um período de aproximadamente cento e vinte dias.
Durante o apassimento as uvas perdem cerca de 30% a 40% de seu volume, concentrando, assim, seus sabores e aromas.
Esse processo também é o responsável pelo alto teor alcoólico do Amarone. Pois a concentração de açúcar, que é transformado em álcool durante a fermentação, também aumenta durante o apassimento.
Os produtores costumam colher as uvas que serão utilizadas na elaboração do Amarone durante as primeiras semanas de outubro, deixando os frutos secarem até o final de janeiro ou início de fevereiro.
Após o apassimento, as uvas seguem para os processos de prensagem e fermentação, normalmente seguido de um longo período de maceração em contato com as cascas.
De acordo com a legislação da D.O.C.G. o Amarone deve envelhecer em barris de carvalho francês ou eslavo, durante um período mínimo de dois anos.
Para ser classificado como Riserva, o período mínimo de envelhecimento nos barris de carvalho é de quatro anos.
Como Harmonizar o Amarone?
Na hora de harmonizar o Amarone, a recomendação são pratos elaborados a partir de carnes vermelhas e carnes de caça.
Queijos maduros, como Parmesão e Gorgonzola, também acompanham bem o Amarone.
Por ser um vinho de grande concentração, recomenda-se decantar o Amarone ao menos duas horas antes de servir.
A temperatura de serviço ideal é entre 16ºC a 18ºC.
Recomendações da DiVinho -Melhores Vinhos Amarone
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