Pisano é um dos mais tradicionais e elogiados produtores do Uruguai.
Nikolás Kozi, Gerente de Exportações da Pisano, concedeu uma entrevista exclusiva para a DiVinho, falando dos vinhedos no Rio de La Plata e de linhas como Rio de Los Pájaros e Reserva Personal de La Familia, confira:
Pisano é uma vinícola que foca na tradição artesanal na produção de seus vinhos, conte um pouco de sua história.
Pisano é uma bodega que tem mais de cem anos de tradição na produção de vinhos.
A família é de origem italiana.
Hoje três irmãos trabalham na vinícola, Daniel, Eduardo e Gustavo, mantendo a tradição familiar e a tipicidade uruguaia.

A localização dos vinhedos no Rio de La Plata é bastante privilegiada, quais os diferenciais desse terroir?
Estamos na região de Progreso, a vinte e cinco quilômetros do estuário do Rio de La Plata, onde as águas dos rios Paraná, Uruguai e do Oceano Atlântico se encontram.
Temos a influência marítima no clima, facilitando a maturação das uvas.
O solo é bastante calcário, adicionando mineralidade aos vinhos.
Costumamos dizer que na Pisano temos o solo da Borgonha, calcário e argiloso, com o clima de Bordeaux.
Fale um pouco da linha Rio de Los Pájaros.
Rio de Los Pájaros significa Uruguai na linguagem guarani dos povos indígenas que habitavam a região.
São os vinhos mais tipicamente uruguaios da Pisano.
Em Rio de Los Pájaros buscamos comunicar a tipicidade do Uruguai em todas as suas variedades, como Tannat e Pinot Noir.

Rio de Los Pájaros Torrontés é um rótulo exclusivo. Qual a diferença deste vinho em relação aos seus primos argentinos?
A diferença está no terroir no qual cultivamos essa variedade.
No Uruguai temos um clima e solo completamente diferentes da Argentina, onde o clima é mais desértico.
Nosso Torrontés apresenta influência oceânica, com mais mineralidade e acidez bem marcada.
É um Torrontés muito distinto e apreciado pelo consumidor, mais elegante e menos enjoativo.
Qual a inspiração da linha RPF – Reserva Personal de La Familia?
A inspiração foram os clientes. Reserva Personal de La Familia eram vinhos que não comercializávamos, produzidos somente para a família e amigos próximos.
Os clientes começaram a pedir esses vinhos. Vinhos de maior qualidade e diferentes da linha Rio de Los Pájaros.
Pisano atendeu o pedido dos clientes e começou a comercializar a linha Reserva Personal de La Familia.
Graças a consumidores que estavam dispostos a pagar um pouco mais por vinhos de maior qualidade.
Os vinhos Reserva Personal de La Familia demonstram o que o Gustavo, como enólogo, quer comunicar sobre castas como Tannat e Petit Verdot.
São vinhos que têm uma maior extração de taninos, maior concentração e estagiam mais tempo em carvalho.

Axis Mundi é um rótulo que demonstra todo o potencial da cepa Tannat. Fale um pouco desse rótulo.
A primeira safra de Axis Mundi foi a de 2002, fruto de um Tannat tão bom, de tanta concentração que não foi possível utilizar para Pisano-Arretxea.
Assim foi criado o rótulo Axis Mundi.
Axis Mundi seria o centro do mundo de Tannat.
É um nome um pouco ostentoso, mas entendemos que é um Tannat superlativo, que não é feito todos os anos.
Depois da primeira safra de 2002, conseguimos repetir somente em 2011.
É realmente um vinho feito apenas em colheitas excepcionais.
Estagia por vinte e oito meses em barricas de primeiro uso.
Axis Mundi apresenta um potencial de guarda muito grande.
A concentração de taninos e acidez é tão grande que acreditamos que é um vinho que pode durar até cinquenta anos.
Falando da cepa Tannat, Brut Nature Tannat é um peculiar espumante tinto. Como é sua produção?
Brut Nature Tannat é produzido pelo método Champenoise.
Um vinho tânico, fresco e com boa acidez.
Passa pelo menos sete, oito meses em contato com as borras.
É um rótulo que fica mais complexo com o passar do tempo.

Existe uma nova geração de jovens que estão descobrindo os prazeres dos vinhos, como é atender esse público?
Na minha opinião é com produtos diferenciados.
Acredito que o novo consumidor de vinhos quer descobrir coisas diferentes.
Procurando vinhos de qualidade, principalmente de pequenos produtores.
O jovem está disposto a pagar mais pela qualidade dos vinhos artesanais.
Os brasileiros estão cada vez mais valorizando os vinhos uruguaios, quais rótulos Pisano você recomenda experimentar?
Pela minha experiência com o mercado brasileiro, os consumidores gostam de vinhos tintos tânicos e encorpados.
Na linha Reserva Personal de La Familia temos um Tannat muito típico, com bom custo-benefício.
Na nossa linha de entrada, Cisplatino, temos um ótimo Tannat e um Merlot, mais suaves.
Temos muitas opções para diversos perfis de consumidores.
Você encontra os melhores vinhos da Pisano na DiVinho! E você, já provou os rótulos da vinícola?